segunda-feira, 8 de junho de 2009

Viver mais sem comer menos



Na década de 30, foi demonstrado que dietas com poucas calorias retardavam o envelhecimento, aumentando, assim, a longevidade. Em pesquisas atuais com camundongos, na Universidade de São Paulo (USP), foi possível conseguir os mesmos efeitos, porém sem a necessidade da diminuição de alimentos. A pesquisa consiste em aplicar nos animais uma droga que diminui o aproveitamento energético das mitocôndrias - organelas que gerando um gradiente de prótons, ou seja, ficando mais positivas no exterior que em seu interior, conseguem energia suficiente para a síntese de adenosina trifosfato (ATP) mediante a utilização de oxigênio, e então transforma a energia dos alimentos em energia química, ou ATP, que é de fundamental importância para a célula. A droga utilizada, o Dinitrofenol, diminui o gradiente de prótons, ou seja, alguns prótons voltam para a mitocôndria sem que haja síntese de ATP. Portanto, é possível continuar ingerindo a mesma quantidade de alimento sem que, no entanto, seja gerada a mesma quantidade de energia química. O Dinitrofenol já foi utilizado como droga para o emagrecimento, porém a dose terapêutica estava muito próxima da dose tóxica. Portanto, na pesquisa foi utilizada uma dose muito menor uma vez que o intuito era demonstrar que a diminuição do aproveitamento da energia da mitocôndria retardava os efeitos do envelhecimento. Além de aumentar em cerca de 10% a longevidade, o tratamento reduziu os índices ligados à síndrome metabólica – o conjunto de fatores de risco cardiovascular que inclui diabetes, hipertensão arterial, distúrbios lipídicos e obesidade. O ganho de peso na velhice está associado ao aumento dos níveis de glicemia, triglicérides e insulina, características da síndrome metabólica. O estudo pretende demonstrar que a manipulação da mitocôndria é muito eficaz para controlar o envelhecimento e o ganho de peso, além de ser eficiente para diminuir as lesões provocadas por radicais livres, que também são produzidos nas mitocôndrias. O objetivo agora é gerar outras drogas que possam ser utilizadas para esse fim uma vez que o Dinitrofenol apresenta efeitos tóxicos.



Fonte: http://www.agencia.fapesp.br/materia/8972/especiais/viver-mais-sem-comer-menos.htm


Imagem: http://www.idmed.com.br/imagens/image/Nutricao/skd254720sdc(1).jpg




Postado por: Foncieli Fontana e Marcelle Domingues Thimoti

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